Let me be myself

Dentro de seu projeto Olhares da Paz, Kobra já pensava em retratar Anne Frank, a adolescente judia vítima do Holocausto que se tornou símbolo universal de resistência com a publicação post mortem de seu diário. Quando surgiu a oportunidade de produzir um mural em Amsterdã, cidade onde a menina alemã morava desde a infância – e onde ficava o anexo secreto no qual ela e mais sete pessoas se esconderam por três anos –, a escolha do tema, para o artista, foi automática. Mas não o seria, surpreendentemente, para as autoridades locais: a prefeitura de Amsterdã, o comitê de organização do bairro NDSM-Werf, a Casa de Anne Frank e até o Street Art Museum holandês, responsável pelo convite a Kobra, se opuseram à ideia. Usando como justificativa o temor de manifestações contrárias de grupos religiosos e a preocupação com a preservação da imagem de Anne, todos tentaram convencer Kobra a retratar o filósofo racionalista holandês Spinoza.

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