O trabalho de Eduardo Kobra começou a ganhar mais visibilidade a partir do projeto Muros da Memória, em que são retratadas cenas da cidade de São Paulo na primeira metade do século XX. Para o artista, a série, além de abrir uma espécie de portal para o passado, funciona também como um protesto contra a falta de preservação do patrimônio histórico.

Criado por Kobra, o projeto nasceu em 2002 com o objetivo de registrar a calmaria das cidades no passado, algo que atualmente está cada vez mais raro pela forma como o mundo e a sociedade se desenvolveram. Nestes murais, o artista mergulhou no universo das fotos antigas de São Paulo e passou a reproduzi-las nas ruas em tons de sépia ou em preto e branco, apresentando um estilo de grafite diverso daquele que se espalhava pela cidade.

Esse projeto acabou se tornando uma marca, embrião de muito do que viria a seguir. Kobra se tornou um obstinado pesquisador de imagens históricas e não foram poucas as vezes em que tal predileção, estampada em muros gigantescos, acabou servindo para resgatar a importância de lugares e fortalecer a sensação de pertencimento de seus habitantes.

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