O trabalho, iniciado há duas semanas, faz referências à Imigração Japonesa para o Brasil, iniciada em junho de 1908 (há 113 anos). No mural, o artista mostra três carpas, uma delas, uma Koi ou Nishigoi . Outra carpa pintada por Kobra no muro tem as formas de um origami, arte tradicional e secular japonesa de dobrar papeis e, em cola ou cortes, criar seres ou objetos. E a terceira carpa mostra um tipo que nasce branca, com uma mancha vermelha na cabeça, o que remete diretamente à bandeira japonesa.

Ao fundo, Kobra traz a reprodução de uma obra série Ninfeias (ou Nenúfares), de Claude Monet (14 de novembro de 1840 a 5 de dezembro de 1926), que o encantaram há poucos anos quando visitou o Jardim de Monet, em Giverny, na França.

“Ao mesmo tempo em que celebro a presença japonesa no Brasil, com seus cerca de dois milhões de descendentes, quero mostrar, em tempos de tanta intolerância, a contribuição que os vários povos e culturas trouxeram e trazem para as nações. Um bom exemplo é ‘A Ponte Japonesa’, do célebre impressionista francês”, diz o artista.

Kobra destaca que as carpas, por sua longevidade, são também um símbolo da resistência dos japoneses e dos imigrantes em geral. “A mais cara simboliza as grandes contribuições, como no campo da tecnologia, e a de origami, a delicadeza e o trabalho manual, tão marcantes na cultura japonesa”, conta o artista, que acrescenta: “as pessoas que migram, fugindo de situações de adversidade e de perseguições, ou mesmo simplesmente em busca de novas perspectivas, merecem acolhimento e serem vistas como formadoras da grande cultura nacional”.

No mural, ainda a uma cena em que uma pedra quica três vezes na água. “É preciso ter alegria, leveza e equilibro entre as forças”, afirma.

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